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26 de outubro de 2015

Diário de Bordo I - Rafael

Olá, meu nome é Rafael Natalini e sou um dos selecionados para participar do intercâmbio.

Eu me lembro quando me foi dito que eu tinha sido selecionado, eu não sabia como reagir, eu fiquei tão feliz, confuso, e um monte de outras coisas, tudo ao mesmo tempo. Eu não podia acreditar que isso estava realmente acontecendo, mas aconteceu e aqui estou agora em Hartford, Michigan.

No dia em que saí de São Paulo, eu fiquei ansioso para conhecer a minha nova casa. E os voos foram absolutamente incríveis, eu senti uma liberdade que eu nunca tinha sentido antes. Eu só estava preocupado com minha família. Eu não conseguia parar de pensar como eles estavam se sentindo e se meus amigos estavam sentindo isso também.

Quando cheguei, a minha Host Family me encontrou no mesmo momento. Eu já tinha falado com eles, então para mim não havia nada demais, mas eu nunca vou esquecer o dia em que eu os conheci.
Na minha casa eu tenho o meu próprio quarto, um irmão de Espanha, 3 cães, um gato e um outro irmão que está na faculdade. Então eu nunca estou sozinho. Vivo numa pequena cidade no norte.

A maioria das pessoas diria que cidade pequena não é bom, mas eu discordo. Se você quiser uma experiência nova e uma vida social onde todos se conhecem e as pessoas são extremamente amigáveis, é para onde você deve ir.

Estou aqui há cerca de um mês e estou amando esta nova experiência.

Todos os dias eu acordo no mesmo horário em que eu costumava acordar no Brasil, mas agora eu tenho muito tempo para fazer o que eu preciso antes de ir para a escola (a maioria das pessoas não acordam tão cedo, eu só faço isso porque eu acho que é o melhor para mim) eu vou para a escola de carro e eu chego lá todos os dias 7:48h (muito específico, mas é verdade). As aulas começam às 8:00h, então eu sempre tenho algum tempo para conversar com meus amigos antes das aulas, ir para meu armário (sim, os armários são reais) e usar o meu celular.

Estou estudando sete horas todos os dias. 7 matérias todos os dias e elas são: 1- Inglês 10; 2- biologia; 3- relações internacionais; 4- negócio; 5- história e geografia americana; 6- educação física para os meninos e 7- álgebra 2.

Em Educação física eu estou praticando vários esportes diferentes, como lacrosse, basquetebol, futebol americano e futebol.

Minha escola tem uma equipe para cada um dos vários esportes, por isso, se você é bom em algum esporte, provavelmente você vai ser capaz de jogar em alguma equipe e jogar contra outras escolas.
Uma das minhas atividades favoritas é jogar lacrosse, ou jogar diferentes tipos de jogos com a minha família (como Frisbee, euchre - um jogo de cartas -, pólo).

Bom, estas são as atividades que eu decidi fazer, mas outras pessoas podem escolher atividades diferentes.

Eu não tenho uma favorita, eu gosto de todas elas. Todas são interessantes e para cada uma tem bons professores. Neste último mês eu finamente entendi o que o termo "outro país" significa.

É mesmo difícil dizer o que é diferente porque há tantas coisas. No primeiro mês, você vai ter a sensação de que tudo é barato. Por exemplo, uma refeição normal em um fast-food dificilmente vai custar mais do que 10 dólares.

Você vai notar também que as pessoas levam a escola mais a sério, por todo este mês eu não vi um professor que não quer ensinar, ou um estudante que não quer aprender, como vemos no Brasil. E se você acha que você não precisa fazer a lição de casa, pense duas vezes, porque as coisas aqui são mais difíceis do que no Brasil, mas só se você quer que elas sejam, porque o professor sempre vai ajudá-lo se você precisar dele.

Neste mês eu fui ao Cedar Point, um parque de diversões que tem montanhas-russas impressionantes. Foi incrível, lá eu conheci muitos outros intercambistas, eu até fiz um amigo da Áustria.

Rafa no Cedar Point
Viver com a minha família é uma experiência incrível. É incrível como os intercambistas sempre gostam das famílias com que estão.


Bem, eu tenho muitos planos para este ano, e eu fiz um monte de coisas neste primeiro mês e se o primeiro foi assim, eu me pergunto o quão bom vão ser os meses seguintes.

19 de outubro de 2015

Diário de Bordo I - Guilherme

Quando recebi a notícia a ficha não caiu, mas logo após senti uma sensação que não posso descrever, agradeci a Deus por me dar esta oportunidade.
Minha saída de São Paulo foi tranquila, minha família tinha planejado tudo pra nada sair errado. Minha maior preocupação era deixar minha vida normal e viver outra completamente diferente.
Despedida da escola no Brasil
O Gui com a irmã e o pai, ainda em São Paulo.

Partida do Gui.
A experiência foi incrível e de super independência por ir sozinho, a maior dificuldade foi me informar (eles pareciam estar falando chinês). No começo fiquei meio perdido no aeroporto, mas depois foi tudo tranquilo.

Minha host Family me recebeu com alegria e eles foram super legais,  fomos a uma Block party (é uma festa no bairro) na casa dos vizinhos.
A host Family do Gui 














A cidade é pequena, mas pra mim é perfeita, árvores por todo canto, vida selvagem ao meu lado, um lugar calmo e o ar limpo, como pode ser tão limpo?



Meu quarto é um quarto normal com uma janela e um armário embutido.

Meu primeiro dia de aula foi assim como outro normal a não ser pelo fato de que todo mundo me encheu de pergunta esse dia.

A escola tem quatro prédios (A, B, C, D) cada um deles tem diferentes tipos de aula, no C tenho Artes. Fica do lado do auditório e do lado da aula de música, no D tenho história, o B é o refeitório, e, o A tem o resto das matérias.

Entrei no time de futebol americano minha camiseta é a 42, porque gosto de praticar algum esporte e quero aproveitar ao máximo esta oportunidade.
O Gui é um super esportista!

Aliás, minha família me levou para jantar em um restaurante dentro de uma caverna.
Restaurante na Caverna
P.S. do BASI: O Gui também tem feito trabalhos voluntários nos Estados Unidos, mostrando que é um garoto incrível.
Pintando o muro de uma Igreja

Pintando o muro de um campo de Baseball.

12 de outubro de 2015

Diário de Bordo I - Isabela

Quando eu recebi a noticia que eu tinha sido selecionada para vir pros Estados Unidos, não foi um choque, e não porque eu achava que já iria ser selecionada, mas sim porque a ficha não tinha caído. 
Quando a Tâmara [nossa psicopedagoga] olhou pra mim e falou: “Isa, você foi selecionada pra ir!”, toda empolgada, e o que eu fiz foi apenas sorrir de volta. Creio que naquela hora eu não tinha sentido ainda o peso daquelas palavras, como essa oportunidade iria mudar minha vida! Como está mudando, na verdade.

Demorou pra cair a ficha. “Ah, mas aposto que sua ficha deve ter caído no dia do embarque!”, o pior é que não!

Não caiu no dia do embarque. Pra ser sincera, eu nem sei quando caiu… O dia do embarque foi um tanto quanto corrido. Acordei cedo e fui a vários lugares, me despedir de várias pessoas. Acabou que tive que sair correndo de casa, mal tive tempo pra me despedir das minhas gatas! 
Mas deu tudo certo, peguei todos os documentos necessários e cheguei no aeroporto com antecedência.

Eu não tive problemas em viajar sozinha, mas nunca pensei que odiaria tanto viajar de avião. Viajar de avião por umas 3 horas é até gostoso, mas não queira viajar por 10 horas, na fileira de 3 cadeiras e sentada no meio (não dá pra se apoiar pra dormir!).

Sério. Só de pensar na viagem de volta pro Brasil já bate uma tristeza, porque sei que vai ser tão exaustivo quanto foi pra chegar aqui.

Chegando no aeroporto de Birmingham (Alabama), fui recebida pela minha família: Jenna e Arthur, com suas três crianças, AnnaLee, Paislee e Kinslee. Todo mundo muito fofo comigo.
Família americana da Isa

De lá, fomos direto pro escritório do Arthur, conhecer o pai dele. O Arthur ficou por lá pra trabalhar (era uma sexta), e eu fui com a Jenna e as crianças comer num lugar que não lembro o nome (eu mencionei que meu voo foi de noite e eu fiquei 13 horas sem dormir? É, pois é!).

Depois, fomos pra casa e veio um casal de amigos deles cozinhar. Foi a primeira vez que comi salada de batata, e nossa, que coisa divina. Pro meu primeiro dia, foi bem cheio! E sinceramente, nem sei como me aguentei em pé.

A Jenna até brincou comigo uma hora e disse “Acho que quando você for dormir, você não vai acordar mais”.

Trussville, a cidade em que moro, não é muito grande. É bem pequena, na verdade. Nada muito interessante pra ver, e tem mato pra todo lado. Ao menos é pertinho de Birmingham, que é a maior cidade do Estado (maior cidade, mas que, pra mim, acostumada com São Paulo, é pequena). 
Após alguns dias, minhas aulas começaram. E não, meu primeiro dia não foi mágico, não teve unicórnios, nem ETs. As pessoas me perguntam algumas coisas daqui como se aqui existissem fadas ou algo do tipo.

É diferente, confesso, mas calma, eu tenho uma vida normal. Normal nos parâmetros daqui, óbvio. Enfim, meu primeiro dia de aula foi bem monótono. Eu estava super doente, então eu não conseguia falar direito. Não conhecia quase ninguém. Fui para as aulas, conheci os professores, acabou a aula, fui pra casa.

Foi literalmente isso. Meu dia a dia é bem “normal” também. Acordo, vou pra escola, volto, fico com a minha família, como, faço lição e vou dormir.

Estão vendo? Nada surreal. Nos finais de semana normalmente eu fico em casa com a minha família, ou saímos pra algum lugar. Eu sinceramente gosto da escola. Eu gosto das minhas aulas.

Já peguei o jeito de como as coisas funcionam, então é até mais fácil do que na primeira semana, por exemplo. Inclusive já tenho alguns amiguinhos. As mais próximas são as intercambistas (uma da Dinamarca, outra da Suíça e outra brasileira), e eu converso com uns americanos.

Recentemente, eu comecei a ir nos jogos de futebol americano com elas. No começo eu não ia por preguiça, mas depois que ela insistiram pra eu ir, eu realmente peguei gosto pela coisa. Já é a terceira (ou quarta?) semana seguida que vou nos jogos, eheheh.

Fatos aleatórios: eu percebi que eles amam comida apimentada. E misturar doce com salgado. Eu odeio comida apimentada com todas minhas forças, não importa se é só um pouquinho (sorry, sou fresca!). E essa história de misturar doce com salgado não caiu bem no meu paladar.

Tem um doce (industrializado) chamado Pop Tart. Eh tipo uma bolacha grande, recheada. Mas a parte da bolacha é salgada e o recheio é doce. Na minha humilde opinião, é horrível. Mas minhas irmãzinhas adoram. Vai entender.
O tal Pop Tart 

Enfim, depois de todo esse blábláblá, gostaria de dizer que aqui é incrível. Eu estou absolutamente amando. Só de pensar que vou embora ano que vem já me dá uma dor no coração. Sério. 

Não tenho nem palavras pra explicar. Mas eu tenho certeza de que esse intercâmbio será uma das melhores coisas que já aconteceu em toda minha vida.