Pesquisar este blog

12 de outubro de 2015

Diário de Bordo I - Isabela

Quando eu recebi a noticia que eu tinha sido selecionada para vir pros Estados Unidos, não foi um choque, e não porque eu achava que já iria ser selecionada, mas sim porque a ficha não tinha caído. 
Quando a Tâmara [nossa psicopedagoga] olhou pra mim e falou: “Isa, você foi selecionada pra ir!”, toda empolgada, e o que eu fiz foi apenas sorrir de volta. Creio que naquela hora eu não tinha sentido ainda o peso daquelas palavras, como essa oportunidade iria mudar minha vida! Como está mudando, na verdade.

Demorou pra cair a ficha. “Ah, mas aposto que sua ficha deve ter caído no dia do embarque!”, o pior é que não!

Não caiu no dia do embarque. Pra ser sincera, eu nem sei quando caiu… O dia do embarque foi um tanto quanto corrido. Acordei cedo e fui a vários lugares, me despedir de várias pessoas. Acabou que tive que sair correndo de casa, mal tive tempo pra me despedir das minhas gatas! 
Mas deu tudo certo, peguei todos os documentos necessários e cheguei no aeroporto com antecedência.

Eu não tive problemas em viajar sozinha, mas nunca pensei que odiaria tanto viajar de avião. Viajar de avião por umas 3 horas é até gostoso, mas não queira viajar por 10 horas, na fileira de 3 cadeiras e sentada no meio (não dá pra se apoiar pra dormir!).

Sério. Só de pensar na viagem de volta pro Brasil já bate uma tristeza, porque sei que vai ser tão exaustivo quanto foi pra chegar aqui.

Chegando no aeroporto de Birmingham (Alabama), fui recebida pela minha família: Jenna e Arthur, com suas três crianças, AnnaLee, Paislee e Kinslee. Todo mundo muito fofo comigo.
Família americana da Isa

De lá, fomos direto pro escritório do Arthur, conhecer o pai dele. O Arthur ficou por lá pra trabalhar (era uma sexta), e eu fui com a Jenna e as crianças comer num lugar que não lembro o nome (eu mencionei que meu voo foi de noite e eu fiquei 13 horas sem dormir? É, pois é!).

Depois, fomos pra casa e veio um casal de amigos deles cozinhar. Foi a primeira vez que comi salada de batata, e nossa, que coisa divina. Pro meu primeiro dia, foi bem cheio! E sinceramente, nem sei como me aguentei em pé.

A Jenna até brincou comigo uma hora e disse “Acho que quando você for dormir, você não vai acordar mais”.

Trussville, a cidade em que moro, não é muito grande. É bem pequena, na verdade. Nada muito interessante pra ver, e tem mato pra todo lado. Ao menos é pertinho de Birmingham, que é a maior cidade do Estado (maior cidade, mas que, pra mim, acostumada com São Paulo, é pequena). 
Após alguns dias, minhas aulas começaram. E não, meu primeiro dia não foi mágico, não teve unicórnios, nem ETs. As pessoas me perguntam algumas coisas daqui como se aqui existissem fadas ou algo do tipo.

É diferente, confesso, mas calma, eu tenho uma vida normal. Normal nos parâmetros daqui, óbvio. Enfim, meu primeiro dia de aula foi bem monótono. Eu estava super doente, então eu não conseguia falar direito. Não conhecia quase ninguém. Fui para as aulas, conheci os professores, acabou a aula, fui pra casa.

Foi literalmente isso. Meu dia a dia é bem “normal” também. Acordo, vou pra escola, volto, fico com a minha família, como, faço lição e vou dormir.

Estão vendo? Nada surreal. Nos finais de semana normalmente eu fico em casa com a minha família, ou saímos pra algum lugar. Eu sinceramente gosto da escola. Eu gosto das minhas aulas.

Já peguei o jeito de como as coisas funcionam, então é até mais fácil do que na primeira semana, por exemplo. Inclusive já tenho alguns amiguinhos. As mais próximas são as intercambistas (uma da Dinamarca, outra da Suíça e outra brasileira), e eu converso com uns americanos.

Recentemente, eu comecei a ir nos jogos de futebol americano com elas. No começo eu não ia por preguiça, mas depois que ela insistiram pra eu ir, eu realmente peguei gosto pela coisa. Já é a terceira (ou quarta?) semana seguida que vou nos jogos, eheheh.

Fatos aleatórios: eu percebi que eles amam comida apimentada. E misturar doce com salgado. Eu odeio comida apimentada com todas minhas forças, não importa se é só um pouquinho (sorry, sou fresca!). E essa história de misturar doce com salgado não caiu bem no meu paladar.

Tem um doce (industrializado) chamado Pop Tart. Eh tipo uma bolacha grande, recheada. Mas a parte da bolacha é salgada e o recheio é doce. Na minha humilde opinião, é horrível. Mas minhas irmãzinhas adoram. Vai entender.
O tal Pop Tart 

Enfim, depois de todo esse blábláblá, gostaria de dizer que aqui é incrível. Eu estou absolutamente amando. Só de pensar que vou embora ano que vem já me dá uma dor no coração. Sério. 

Não tenho nem palavras pra explicar. Mas eu tenho certeza de que esse intercâmbio será uma das melhores coisas que já aconteceu em toda minha vida.

Um comentário:

  1. Isa, vc está vivendo uma experiência sensacional!! Eu e a sua tia Patty tivemos a oportunidade tb de viver nos EUA. Apesar das diferenças culturais, como comidas estranhas (q não conseguimos nos acostumar) ou de hábitos diferentes dos nossos, morar em outro país (no seu caso, na casa de uma família americana), é uma oportunidade única. É muito bom saber q está aproveitando e se abrindo para novas experiências. Fico muito feliz por vc! Enjoy every minute of this lovely journey. Beijos!

    ResponderExcluir